Setranspetro contabiliza 6 ônibus com perda total e outros 70 isolados após chuvas em Petrópolis

Depois do temporal que varreu a cidade imperial, o cenário que se vê é de destruição, com tendência de piorar mais ainda.

Foto: Facebook Noticias Arcenses

O Sindicato das empresas de transporte de Petrópolis (Setranspetro), na região serrana do Rio, divulgou nesta quarta-feira um balanço do que pode ser considerado um “colapso” no sistema de transporte público da cidade, após as fortes chuvas que atingiram a cidade entre o final da tarde e o início da noite de ontem, 15.

Três das cinco empresas da cidade (Cidade Real, Petro Ita e Cascatinha), que operam no 1º distrito estão totalmente paralisadas, pois os rodoviários não conseguiram chegar às garagens, dado a quantidade de pontos críticos na cidade.

Outras duas empresas (TURP Transporte e Cidade das Hortênsias) conseguiram retirar alguns ônibus para realização das viagens em suas linhas, mesmo com muitos colaboradores com dificuldades de chegar ao trabalho, o que provocou a redução da quantidade de horários e viagens.

Na área atendida pela TURP (Correas e Itaipava), a operação de 11 linhas não aconteceu, pois os motoristas não chegaram para pegar os ônibus. São eles:

• 70 – Posse / Gaby (Executivo)
• 600 – Terminal Corrêas x Centro
• 610 – Araras x Terminal Correas
• 616 – Bonfim – Vale da Flores
• 622 – Vista Alegre,
• 670 – Araras Executivo,
• 701 – Pedro do Rio,
• 706 – Estrada do Gentio,
• 710 – Boa Esperança,
• 715 – Retiro das Pedras e,
• 716 – Vargem dos Marmelos

Já na área da Cidade das Hortênsias, as linhas da região da Floresta e do bairro Esperança foram afetadas por conta de queda de barreiras. As demais linhas da empresa estão operando com frota reduzida e a, consequente, diminuição no número de viagens.

Ao menos 6 ônibus deram perda total:

Ainda segundo o Setranspetro, embora não dê pra calcular o prejuízo material exato, já se sabe que 6 ônibus deram perda total e a reposição destes poderá demorar, ao menos, 6 meses. Além disso, pelo menos 70 ônibus ficaram isolados, diante de deslizamentos e o volume alto das águas.

Enquanto perdurar a crise, as empresas já anunciaram que precisarão operar em caráter emergencial, com compartilhamento de linhas e horários reduzidos, principalmente na Cidade Real, Petro Ita e Cascatinha. O sindicato estima que vai demorar aproximadamente 15 dias para que os ônibus que foram gravemente atingidos pelas inundações e deslizamentos possam estar em estado adequado de circulação ou para que as empresas busquem adequações apropriadas.

O sindicato e as empresas manifestaram consternação com a tragédia que atingiu a cidade, os petropolitanos e os rodoviários e manifesta seu profundo luto e solidariedade com todos os familiares e amigos das vítimas dessa catástrofe, e que empenharão todos os esforços para restabelecer o serviço por completo o quanto antes.

Força da água arrasta ônibus para rio no Valparaíso. Há desaparecidos:

Uma das cenas mais impactantes que foram reveladas após o nível dos rios do distrito-sede de Petrópolis, foram de dois ônibus da empresa Petro Ita que foram arrastados pela correnteza na Rua Washington Luiz, que liga o Centro Histórico da cidade ao Quitandinha. Segundo informações não confirmadas, os ônibus estavam operando as linhas 401 – Independência x Centro e 465 – Amazonas – Vila Ipanema x Centro.

Um outro vídeo divulgado ao longo desta quarta-feira mostra passageiros dos dois ônibus fazendo de tudo pra se salvar. A correnteza é tão forte que os ônibus ficam submersos e os passageiros acabam se escorregando. Veja o vídeo, que circula nas redes sociais:

ATENÇÃO: AS IMAGENS A SEGUIR SÃO FORTES!

Há relatos de mortos – ainda não confirmados – e desaparecidos no caso dos ônibus da Petro Ita.

No Centro Histórico da cidade, um vídeo mostra um executivo da TURP sendo arrastado pela correnteza que se formou na Rua do Imperador, a principal da cidade. A correnteza leva o ônibus de tal forma que acaba derrubando um poste.

Ligação Caxias / Magé – Petrópolis suspensa até liberação da Serra Velha:

Por conta de um deslizamento na rodovia RJ-107, que liga Imbariê à Petrópolis, no trecho da Serra Velha da Estrela, após o Meio da Serra, já em solo petropolitano, a ligação de Petrópolis com as cidades de Magé e Duque de Caxias, na baixada Fluminense, que é operado pela empresa TREL, está suspensa até a desobstrução total da Serra, o que pode ocorrer até o fim da semana.

As linhas afetadas são:

• 100 – Magé – Petrópolis (via Piabetá)
• 312 – Campos Elíseos – Petrópolis (via Saracuruna e Piabetá)
• 410 – Praia do Anil – Petrópolis (via Piabetá)
• 411 – Imbariê – Petrópolis (via Piabetá)
• 412 – Saracuruna – Petrópolis (via Piabetá)
• 413 – Nova Campinas – Petrópolis (via Piabetá)

Como opção para Piabetá durante a suspensão das linhas de Petrópolis, há as linhas 022.1 (Santa Cruz da Serra x Piabetá) e S/N – Campos Elíseos x Piabetá

Um ônibus da TREL, que circulava na linha 411, ficou preso na RJ-107, logo após o Meio da Serra, sentido Petrópolis. Diferentemente do caso dos ônibus da Petro Ita, não houve danos severos à estrutura do veículo.

A Defesa Civil da Cidade Imperial orienta que a população fique atenta aos informes que poderão ser emitidos ao longo dos próximos dias, evitem o deslocamento principalmente na região do Centro Histórico, que foi a mais afetada, e que pessoas que convivam próximo à áreas de risco dirijam-se ao ponto de apoio ou abrigo mais próximo, já que há riscos, para os próximos 3 dias, de chuvas tão fortes quanto às que ocorreram ontem, 15.

Até o fechamento desta publicação, a Defesa Civil de Petrópolis já contabilizava 94 mortos, ao menos 56 casas atingidas, em especial no Morro da Oficina, no Alto da Serra, e incontáveis desaparecidos. O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, decretou estado de calamidade pública e luto oficial de 3 dias em memória aos mortos da tragédia.

Os bairros mais atingidos pelas chuvas foram: Alto da Serra, em especial o Morro da Oficina, 24 de Maio, Caxambu, Chácara Flora, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe e Vila Militar. E as ruas mais afetadas foram: Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga

Com informações de G1 e Jornal O Dia