Rodoviários do Leste Fluminense marcam greve sanitária na próxima semana
Rodoviários do Leste Fluminense marcam greve sanitária na próxima semana

Rodoviários do Leste Fluminense marcam greve sanitária na próxima semana

A decisão impactará no deslocamento em Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá e cidades próximas atendidas por empresas destes municípios. Eles querem ser incluídos no cronograma prioritário de vacinação.

Um plebiscito feito e concluído pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Passageiros de Niterói à Arraial do Cabo (SINTRONAC) decidiu pela realização de uma greve sanitária a partir da próxima segunda-feira, 26/04, em parte da sua base de abrangência. De um total de 1.558 participantes, 1.481 optaram pela deflagração do movimento, 64 foram contrários e 13 votaram em branco. A greve será uma forma de protesto pela não inclusão da categoria no calendário de grupos prioritários para vacinação contra o Covid-19, por parte do Governo do Estado e prefeituras, além de exigirem maior empenho do Governo Federal na aquisição dos imunizantes.

Apuração da votação na sede do sindicato. Foto: divulgação Sintronac.

O SINTRONAC comunicou, nesta segunda-feira, 19, às empresas, à Justiça e às autoridades do Estado e dos municípios a decisão da votação, conforme o que determina a Lei 7.783/89, que regulamenta as greves em serviços considerados essenciais. A greve será feita nas cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Maricá, o que abrange 29 empresas, são elas:

  • Niterói (12): Ingá, Peixoto, Brasília, Barreto, Araçatuba, Pendotiba, Santo Antônio, Miramar, Fortaleza, 1001, Garcia e Rio Minho;
  • São Gonçalo (14): Icaraí, Rio Ouro, Alcântara, Tanguá, Galo Branco, Estrela, Mauá, Asa Branca, Rosana, Fagundes, ABC, Coesa, Rio Ita;
  • Itaboraí (1): Maravilha;
  • Tanguá (1): Tanguaense;
  • Maricá (1): Nossa Senhora do Amparo

Vacinação dos rodoviários não impactaria cronograma geral

Levantamento do SINTRONAC junto às empresas de ônibus dos cinco municípios revela que a vacinação dos rodoviários não impactaria no quadro geral de imunização da população pelo pequeno número de doses necessárias para atender à categoria, de acordo com o universo populacional de cada cidade. Assim, em Niterói seriam necessárias 3.443 doses para os rodoviários de 12 empresas; em São Gonçalo, 7.147 profissionais em 14 viações; em Maricá, 1.226 em uma companhia; em Itaboraí, 263, também em uma empresa; e, em Tanguá, sete vacinas para os rodoviários de uma viação.

Depois de ofícios enviados pelo sindicato às prefeituras de sua base, apenas a Prefeitura de Niterói acenou para a possibilidade de inclusão da categoria nos grupos rodoviários com a chegada do lote da vacina russa Sputinik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou. O presidente do sindicato, Rubens dos Santos Oliveira, lamenta a inércia de todos os poderes para incluir a categoria:

Não tem sentido os rodoviários serem deixados para trás nessa campanha de vacinação. Foram tantas demissões ao longo dos anos, que a categoria minguou. Mas, ainda assim, os ônibus continuam a ser vetores de transmissão da doença e os rodoviários continuam expostos no seu cotidiano, enfrentando passageiros que não usam máscaras e jornada de trabalho intensa. Desde março do ano passado, até o último fim de semana, já somamos 49 mortos pelas consequências do Covid em nossa base, mas o número pode ser maior

Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sintronac

Greve pode afetar cidades próximas

A deflagração da greve na próxima segunda-feira poderá afetar também cidades ao redor das que irão entrar em greve, inclusive a capital. São elas: Rio Bonito, Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu, por influência da Rio Ita; Duque de Caxias e Nova Iguaçu, por influência da Rio Minho. Além disso, a greve sanitária terá impactos também na operação da Empresa Pública de Transportes de Maricá, cuja mão de obra (frota e rodoviários) é oferecida pela Nossa Senhora do Amparo. A votação pela proposta de paralisação foi realizada em forma de plebiscito para evitar as aglomerações em assembleias, de acordo com recomendação das autoridades sanitárias municipais. O Sintronac decidiu apurar o resultado um dia antes do anunciado, pois profissionais de todas as empresas das cinco cidades já foram consultados.

Mesmo com a greve limitando-se às cidades do Leste Fluminense, linhas das cidades próximas poderão ser afetadas, inclusive na capital.

O dia 26 de abril foi estabelecido como marco para a paralisação, pois a data foi escolhida pelas prefeituras do Rio de Janeiro, Niterói, Maricá e Itaguaí para o início da vacinação de categorias profissionais, calendário que já foi alterado pelo atraso na remessa de lotes de vacina pelo Governo Federal, mas que se mantém como símbolo do descaso para com os rodoviários. A expectativa é para que o movimento se estenda para as outras cidades abrangidas pelo sindicato (Rio Bonito, Saquarema, Araruama, Cabo Frio), além de iniciar conversações com demais sindicatos de transportes urbanos, metro-ferroviários e aquaviários da capital e Região Metropolitana para que estes participem da mobilização.

Com informações do SINTRONAC

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