Quem nunca teve a curiosidade de saber onde o seu ônibus está atualmente depois que sai do Rio?
Foto: Gabriel Petersen Gomes
Esse é o ciclo: uma empresa adquire um ônibus, configura ele de acordo com os padrões que a empresa quer, põe pra rodar em determinada linha por um bom tempo e depois vende para outra empresa, e o ciclo se repete. Não existem dados oficiais sobre o mercado de venda de ônibus usados, mas, segundo estimativas, o estado de São Paulo é um dos maiores compradores de ônibus usados do Rio de Janeiro, haja vista que muitas vendem com uma idade muito baixa, o que ameniza os custos de depreciação.
Abaixo, contaremos a história de 5 ônibus que encontramos por São Paulo, sendo dois na Região Metropolitana da capital, e outros três da Região Metropolitana de Campinas. Acompanhe:
1) CAIO Apache Vip II – Mercedes Benz OF-1722M da empresa EAOSA (Empresa de Ônibus Santo André)
Este ônibus chegou na Pendotiba em 2010, onde tinha o prefixo NIT.02-113. Com a adoção dos consórcios em 2012, já foi renumerado para 2.1.113. Antes do mesmo chegar na cidade paulista, foi vendido inicialmente para a empresa Asabela, de Salvador/BA. Chegou na EAOSA em 2019, junto com outros 3 carros.
2) CAIO Apache Vip II – Mercedes Benz OF-1722M da empresa Viação São Camilo
Este aqui é um velho conhecido de quem utilizou muito as linhas da Nossa Senhora das Graças, do Consórcio Intersul. Ostentou o prefixo A71572, chegando em 2012, ainda quando a empresa era a Saens Peña. Foi vendido em 2016, já sob o nome da Graças, para a Suzantur, na operação emergencial de São Carlos, na região de Araraquara, no interior do Estado. Depois foi vendido para a São Camilo, onde roda em linhas ligando Santo André à São Paulo.
Tanto a EAOSA, quanto a São Camilo, poderão ser substituídas, em breve, pela NEXT Mobilidade, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pelas empresas do grupo ABC, que controla, entre outras, a Metra Transportes, que opera os famosos corredores de ônibus trólebus metropolitanos, ligando o bairro do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, ao ABC Paulista, à região da Avenida Luís Carlos Berrini e ao Terminal São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.
3) CAIO Apache Vip II Mercedes Benz OF-1418 da Cooperativa Cooperatas, de Campinas:
Já seguindo para o interior de São Paulo, chegamos em Campinas, a maior cidade localizada no interior do Brasil. E logo achamos este ônibus da Cooperativas Cooperatas, que opera na cidade. Originalmente pertenceu à Expresso Garcia, de Niterói, onde tinha o prefixo RJ 135.006, e circulou muito fazendo a ligação dos bairros de Santa Rosa e Charitas, com o Centro do Rio e Vila Isabel, na Zona Norte da capital.
4) Neobus Mega BRS Scania K230 da Pádova Coletivos, de Campinas
Quem não se lembra dos piso-baixo da Translitorânea Turística nas antigas linhas 308 e 314 (Central x Alvorada via Copacabana)? Este tinha o prefixo A21129, chegou a ser pintado de azul antes do fechamento definitivo da empresa, em 2015, no auge da crise no então “Grupo Breda”. Chegou à Pádova em 2016, junto com outros 4.
5) Neobus Mega Plus Mercedes Benz OF-1519 da Cooperativa Cotalcamp, de Campinas
Por fim, ainda em Campinas, temos este exemplar de Neobus Mega Plus, adquirido em 2014 pela Auto Viação São João, de Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado, junto com outros “Plus” montados em outros chassis (Mercedes Benz OF-1721 ou Volkswagen 15.190 OD). Chegou em Campinas, na Cooperativa Cotalcamp, em 2019, junto com outras 2 unidades, que levaram os prefixos 197 e 366.
Uma curiosidade acerca dos ônibus de Campinas: desde 2018, a cidade não aceita mais pagamento em espécie diretamente com o motorista. O pagamento pode ser feito utilizando o Bilhete Único da cidade, onde a passagem custa R$ 4,55, ou através de um aplicativo da cidade, onde é gerado um QR Code e você apresenta no ônibus. Ao contrário do pagamento com o Bilhete Único da cidade, o pagamento com QR Code custa R$ 4,95, o que faz com que a cidade tenha o título de passagem mais cara do Brasil.
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