A decisão levou em conta os impactos da pandemia, que ocasionou a queda vertiginosa de passageiros
A linha executiva 2251, que liga os bairros do Engenho de Dentro e Meier, com a região do Castelo, no Centro do Rio, será desativada a partir da próxima segunda-feira, 19, com seu último dia de operação nesta sexta, 16. A empresa operadora da linha, a Rodoviária A. Matias, decidiu pela desativação da linha levando em conta os impactos da pandemia, que ocasionou a queda vertiginosa de passageiros. Era a única linha executiva da região do Méier.
Mesmo durante o período de isolamento social mais severo, a linha não deixou de circular. No entanto, mesmo tendo a tarifa reduzida de R$ 12,00 para R$ 10,00, não conseguiu atrair mais passageiros. Dados da Prefeitura, disponíveis no Portal “Transparência da Mobilidade”, mostram que em Dezembro/2019 (último relatório publicado nesta gestão) a 2251 carregou 34.925 passageiros. A intenção da Matias era com que a 2251 se tornasse uma linha urbana, mas a Secretaria Municipal de Transportes não teria aceitado a conversão da linha.
Outros pontos que pesaram à favor da desativação da linha eram os constantes assaltos que os ônibus da linha sofriam, principalmente ao longo do corredor da Avenida Marechal Rondon e Rua 24 de Maio. Além de que os ônibus que já circulam na linha já estão ‘velhos’ para a frota da empresa, já que, mesmo sendo ano 2018, os executivos da linha são os mais antigos da frota em circulação. No ínicio de Setembro, a Matias já havia vendido 7 dos 16 Marcopolo Audace e, agora no início de Outubro, vendeu os outros 9. Ainda é desconhecido o destino de todos eles. E, por enquanto, não há previsão de novos executivos para a linha.
Passageiros que utilizavam a 2251 têm como opção as linhas 239 (Água Santa x Castelo / Circular) e 363 (Vila Valqueire x Candelária) passando próximo ao ponto final da Praça Rio Grande do Norte, na Rua Doutor Bulhões, e ao longo da Rua Dias da Cruz, os passageiros ainda podem contar com as linhas 247 (Camarista Méier x Passeio / Cinelândia – Circular) e 249 (Água Santa x Carioca).
A desativação da 2251 evidencia mais um problema que as empresas de ônibus enfrentam durante a pandemia, e a crise que se arrasta no setor desde 2015: a concorrência com os transportes por aplicativo (Uber, 99) e a chegada do Metrô na Barra da Tijuca. Um levantamento feito pelo Portal Flumibuss RJ mostra que das 48 linhas executivas que existem na cidade, 27 delas (56,25% ainda circulam. E dentro destas 27, 10 (37,04%) circulam com uma média menor do que 20.000 passageiros, usando dados do Transparência da Mobilidade.