As três linhas operadas pela empresa serão divididas entre 4 empresas do Consórcio Internorte.
Foto: Gabriel Petersen Gomes
Após muita especulação, a Viação Penha Rio, do consórcio Internorte, fecha as portas após 26 anos a partir deste sábado de finados, 02/11. É a primeira empresa a encerrar as portas após a implantação do subsídio nas tarifas de ônibus, em 2022.
O fechamento se dá após as consequências da crise provocada pela pandemia do Coronavírus entre 2020 e 2022, e mesmo após a implantação do subsídio, não demonstrou reações, como a aquisição de novos ônibus (novos ou usados). A empresa havia pedido recuperação judicial em 2021.
A empresa transportava uma média de 96.600 passageiros mensal em três linhas: 627, 630 e 680. O encerramento das atividades vinha sendo especulado desde o mês de Julho, quando a empresa Transportes Campo Grande, do mesmo grupo empresarial, começou a fazer remanejo de frota da Penha Rio para ela.
Com o fechamento dela, é a 18ª empresa a fechar as portas desde 2015, quando começou a crise no transporte público carioca. O último fechamento de empresa havia sido da Viação Acari, em 2021.
Linhas serão distribuídas para 4 empresas, operação começa já neste sábado.
Após várias rodadas de reunião, ficou definido que 4 empresas do consórcio Internorte irão operar as linhas, sem alterações no itinerário. São elas:
627 – Inhaúma x Saens Peña: Viação Pavunense e Braso Lisboa
630 – IAPI da Penha x Saens Peña: Viação VG
680 – IAPI da Penha x Meier: Três Amigos
A Penha Rio, antes de fechar as portas, estava operando com uma frota de 21 ônibus, sendo distribuídos entre 627 (8 ônibus), 630 (11 ônibus) e 680 (2 ônibus). Com a nova operação, segundo apurado pelo Portal Flumibuss RJ, a operação das linhas poderá ser mantida com a mesma quantidade.
Linhas 627 e 680 chegaram a ser cotadas linhas substitutivas à elas
Em meio a todo esse processo sobre quem assumiria a responsabilidade das linhas, foi levantado a possibilidade das linhas 627 e 680 serem descontinuadas, com outras linhas sendo cobertas.
Inicialmente foi cogitado que a linha 627 fosse coberta por um prolongamento da linha 456 (Norte Shopping x Copacabana – Posto 6) até Inhaúma, ideia esta que partiu da própria Penha Rio. Mas na sequência, a ideia foi abarcada e uma segunda proposta surgiu: a de que a linha 688 (Pavuna x Meier), da Viação Pavunense, fosse prolongada até a Saens Peña, na Tijuca, porém, em ambos os casos, não houve consenso dentro do consórcio para isso.
A linha 680, dado o seu trajeto complexo e o alto índice de gratuidades, foi cogitada a sua descontinuidade, porém, sem linhas para repor no lugar. De uma certa forma, o trajeto da linha é coberto por vários outros itinerários, porém, um único trecho, na Rua Comandante Vergueiro da Cruz, em Olaria, ficaria sem nenhum atendimento, o que impactaria na mobilidade dos moradores na região, já que para acessar o transporte público, eles têm que ir caminhando até a Avenida Brasil ou ao Largo das Cinco Bocas, em Olaria, para utilizar ônibus.
Dívidas da empresa podem ser assumidas pela Transportes Campo Grande, que já remanejou frota para ela
As dívidas da Viação Penha Rio, segundo apuração do Portal, deverão ser herdadas pela Transportes Campo Grande, controladora da empresa. A Viação Penha Rio empregava cerca de 80 empregados, que devem ser absorvidos pelas outras empresas.
Ficou definido que a única frota que será reaproveitada pela Campo Grande são os ônibus de ar-condicionado, inclusive, eles já estão na garagem da empresa, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio.
Os 15 ônibus sem ar condicionado que a empresa ainda mantinha em circulação serão vendidos, e não reaproveitados no sistema. Após reforma estrutural, os ônibus serão destinados às linhas internas de Campo Grande, como 846 (Campo Grande x Rio da Prata) e 894 (Campo Grande x Jardim Moriçaba).
Sobre a Viação Penha Rio
A empresa nasceu em 1998 a partir da cisão da Transportes Campo Grande, com 3 linhas: 627, 630 e 680. Durante os últimos 26 anos, a empresa chegou a operar com uma frota de 62 ônibus, mas ao longo dos anos, a empresa foi definhando, chegando a operar apenas com 13 ônibus no pico da pandemia da Covid-19.