O Portal Flumibuss RJ encontrou no ponto final de Piratininga neste domingo filas que dobravam a esquina, muita demora e superlotação, principalmente, no Oceânica 1 (Piratininga x Terminal, BHLS)
Foto: Gabriel Petersen Gomes
Faltando pouco mais de duas semanas para o início do verão, quem procurou as praias da região de Piratininga e Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, Região Metropolitana do Rio, de transporte público neste domingo, já sentiu um pouco do gostinho do que virá pela frente. Com o sol forte e temperaturas passando dos 30 graus, muitos moradores da cidade, e de cidades vizinhas, como São Gonçalo, fizeram o deslocamento para a região.
Estivemos de passagem pelo bairro neste domingo e vemos um pouco da operação da Santo Antônio Transportes, que opera no bairro. E as cenas que registramos no pós-praia são um retrato que já vem de anos, não só na cidade de Niterói, mas também, em outras cidades litorâneas do nosso estado, incluindo a capital. São filas enormes, muita demora e, principalmente, superlotação, ainda mais em tempos de pandemia da Covid-19.
A situação encontrada:
No ponto final na Avenida Doutor Acúrcio Torres, param as linhas:
- 39 – Piratininga x Terminal, via Cafubá / Cantagalo, da Santo Antônio;
- 54 – Piratininga x Sapê, via Shopping / Cantagalo, da Santo Antônio;
- 55A – Piratininga x Várzea das Moças, via Cafubá, da Pendotiba, e;
- Oceânica 1 – Piratininga x Terminal, via Charitas / BHLS, da Santo Antônio.
Permanecemos no local desde as 16h30min. Enquanto esperávamos pelo ônibus Oceânica 1, todas as outras linhas acima apareceram.
Enquanto o OC1 não chegava, observamos outros 3 ônibus da linha 39A chegando, todos completamente lotados, um da linha 54 saindo com uma lotação compatível com a demanda, e um da linha 55A saindo com poucos bancos ocupados.
Mesmo com 3 ônibus num intervalo de 1 hora para a linha 39A, as filas para embarcar na linha não paravam de crescer, ao ponto de se misturar com a fila do Oceânica 1.
Viagem superlotada até o Centro de Niterói:
Após 1h10min de espera, conseguimos, enfim, embarcar num ônibus da Oceânica 1, rumo ao Centro de Niterói. O ônibus, de prefixo 2.2.087. A viagem foi transcorrendo sem problemas, e o ônibus já saíra cheio do ponto final. Chegando na entrada do bairro de Camboinhas, vizinho à Piratininga, sem nenhuma condição de entrar.
E a própria viagem em si, vai contra o “Plano de Transição para o Novo Normal”, da Prefeitura de Niterói. Pois um adesivo colado ao lado das portas de embarque indicando que só deveriam ter 15 pessoas em pé, e contabilizamos, ao menos, o dobro disso. Fora que muitos nem sequer utilizavam máscaras, o que ainda é de uso obrigatório nos transportes públicos e, claro, sem respeitar o distanciamento social.
Para realizar todo o desembarque no Terminal João Goulart, no centro da cidade, levou, ao menos, 10 minutos. Como é sabido, todos os ônibus das linhas Oceânicas, o pagamento é feito diretamente dentro do ônibus, não há o pagamento antecipado, ao contrário dos corredores BRT da cidade do Rio, o que atrasa o embarque e desembarque.
O atendimento ao bairro é feito somente por linhas municipais; não tendo uma ligação intermunicipal, sendo, obrigatoriamente, forçado a embarcar num dos ônibus da Santo Antônio ou Pendotiba, através da linha 55A (Várzea das Moças x Piratininga, via Cafubá) e seguir até o Trevo do Itaipu Multicenter e seguir viagem num ônibus da linha 770 (Itaipu x Candelária).
O que dizem os citados:
Em nota, a Secretaria de Urbanismo e Mobilidade da Prefeitura de Niterói esclarece que houve um aumento de demanda inesperado nas linhas 39A, 54 e OC1 no final da tarde deste domingo no sentido Centro, o que não havia sido observado de manhã, levando a crer que muitos passageiros chegaram à praia por outros meios.
Mesmo com o esforço para ajustar a demanda do final de tarde, as linhas foram afetadas por adversidades no caminho, como a realização de uma operação Lei Seca nos dois sentidos do Trevo de Piratininga e as obras de inclusão da ciclovia na Avenida Almirante Tamandaré, entre o DPO de Piratininga e a entrada de Camboinhas.
Leia a nota na íntegra da SMUS-NIT:
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade esclarece que no final da tarde deste domingo (05) houve um aumento de demanda inesperado das linhas 39A, 54 e OC1 na saída da praia de Piratininga, sentido Centro. Esse movimento não foi compatível com a demanda das linhas na parte da manhã, o que leva a crer que muitos passageiros chegaram à praia por outros meios de transporte. Apesar dos esforços para ajuste da oferta a esta maior demanda do final de tarde, os tempos de viagens das linhas foram afetados pelo intenso fluxo de trânsito ocasionado por adversidades das vias. Neste mesmo horário, havia a realização de operação Lei Seca nos dois sentidos do Trevo de Piratininga e a redução de uma faixa da Avenida Almirante Tamandaré para obra de inclusão da ciclovia, no trecho entre o DPO de Piratininga e a entrada de Camboinhas.
Procurado, o Consórcio Transoceânico não respondeu à matéria até o fechamento desta.
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