#OSulem12dias: Decifrando os tipos de ônibus de Curitiba
#OSulem12dias: Decifrando os tipos de ônibus de Curitiba

#OSulem12dias: Decifrando os tipos de ônibus de Curitiba

Conhecida por sua diversidade de linhas, Curitiba tem um sistema eficiente, porém, mostrando sinais de desgaste.

Na segunda reportagem da nossa série #OSulem12dias, vamos conhecer o perfil das linhas de ônibus de Curitiba. Pra quem visita pela primeira vez, pode parecer confuso, mas facilmente dá para entender. Curitiba e sua Região Metropolitana foram uma das primeiras regiões brasileiras a adotar a padronização de pintura, isso no final dos anos 70, início dos anos 80. Desde então, a cidade foi se baseando nas cores para montar o sistema. Atualmente, são 6 tipos de linhas em Curitiba, são elas:

  • Alimentadoras
  • Interbairros
  • Convencionais
  • Expresso / Direto
  • Ligeirinho (Linha Direta)
  • Circular Centro

Vamos destrinchar cada uma delas e suas respectivas padronizações.

A = Alimentadora: Como o próprio nome sugere, faz a ligação entre os bairros com os terminais de integração, de onde partem os ônibus para o Centro. A cor dos ônibus é o laranja;

Marcopolo Torino com a pintura de alimentador da Auto Viação Redentor

B = Interbairros: Interliga os bairros de Curitiba sem passar pelo Centro. São 6 linhas Interbairros (I ao VI), sendo que 2 delas (I e II) possuem os sentidos Horário e Anti-Horário. A cor dos ônibus que operam nesta linha é a verde escura.

Linha Interbairros II, que sai do Terminal

C = Convencional: Categoria de linha mais presente na cidade, liga os bairros ao Centro da cidade, sua cor predominante é o amarelo. Esta categoria possui uma variante, o “convencional midi”, que é operado por ônibus sem cobrador, cuja letra de identificação é a “N”;

Marcopolo Viale da Viação Tamandaré, de responsabilidade da Comec. Os sistemas de cores para os ônibus municipais é o mesmo para os metropolitanos, embora haja a intenção de unificar todos na cor bege.

D/E = Direto/Expresso: O conceito destas categorias é basicamente a mesma. Fazer ligações rápidas entre os terminais e o Centro da cidade, utilizando as ruas e canaletas exclusivas para os bi-articulados, parando nas estações-tubo de maior porte. A cor dos ônibus destas categorias é o vermelho. Porém, com o lançamento do – já descontinuado – Neobus Mega BRT, foi lançado uma nova categoria de linha, o Ligeirão, na cor azul-escuro, que faz as mesmas ligações rápidas pelas canaletas, porém, parando em menos estações. Porém, a cor está em processo de extinção e as linhas do sistema Ligeirão passaram a ser alocadas nas letras D e E convencionais.

Exemplares de ônibus das frotas D e E de Curitiba. Basicamente nesta frota concentra-se todos os biarticulados da cidade.


I = Intercambiável: Uma nova categoria que foi incluída a partir de 2018, a partir da junção das categorias “alimentadora” e “convencional”, mantendo-se a cor laranja oriunda dos ônibus alimentadores. A mudança, segundo comentários, é para otimizar a operação das empresas, já que com a frota intercambiável, um ônibus escalado numa linha alimentadora possa operar numa linha convencional.

A frota “I” (de Intercambiável) surgiu a partir da junção das categorias Alimentador e Conjvencional, permitindo que um ônibus possa ser escalado em outra categoria, em casos de quebra ou avaria.

L = Ligeirinho / Linha Direta: Operado, costumeiramente, por ônibus convencionais com porta somente no lado esquerdo (embora também haja articulados neste categoria), são linhas que possuem pontos de parada somente nas estações-tubo, com uma distância de, em média, 3km entre eles. Os últimos ônibus adquiridos pelas empresas para a frota “L” vieram com portas dos dois lados, o que permitirá a operação em linhas que operam com embarque pelo lado direito no lado da calçada.

Neobus Mega BRT da Transporte Coletivo Glória operando na linha 505 – Boqueirão x Centro Cívico. Os ligeirinhos, ao contrário dos diretos/expressos, operam fora das canaletas exclusivas.

M = Multimodal: Categoria se tornando comum entre as empresas metropolitanas, é uma derivação da categoria “L”, com a diferença que os ônibus da frota “M” operam linhas que possuem embarque no nível da calçada e no nível das estações-tubo no mesmo trajeto. Um exemplo desta categoria é a linha 607 – Colombo x CIC, operado pela Viação Santo Ângelo.

Neobus New Mega da Viação Santo Ângelo, que opera uma linha multimodal. Embarque dos dois lados durante o trajeto.

N = Convencional Midi: Derivação da categoria convencional que foi caindo em desuso com o passar do tempo. Atualmente poucos midi-ônibus estão usando esta letra, e mais micro-ônibus estão sendo usados, em especial os do Circular Centro, cuja cor predominante é a branca.

Micro-ônibus do Circular Centro, que atende os principais pontos da árera central.

P = Acesso: É um serviço de micro-ônibus porta a porta, com elevador, cadeira de rodas e acessórios necessários para garantir a mobilidade de pessoas com deficiência. Busca a pessoa com deficiência na porta de casa, leva até a porta do serviço de que ela precisa e a deixa na porta de casa, quando o atendimento tiver terminado. O serviço só se aplica para atendimentos de saúde e socioassistenciais não continuados.

Um dos micro-ônibus que fazem parte do serviço Acesso, que faz o transporte porta a porta de portadores de necessidades especiais.

S = SITES / Escolar: O Sistema Integrado de Transporte para o Ensino Especial é um serviço criado pela Prefeitura de Curitiba para atender estudantes com deficiência ou transtornos do espectro autista (TEA). Para usar o serviço, o estudante precisa morar à 2km da escola. O sistema conta com um terminal próprio para eles, localizado no bairro Cristo Rei. Agora em 2020 foi anunciado que o sistema SITES passará para as mãos de uma única empresa, a Trans Isaak, empresa de fretamento da cidade que está operando linhas da Pluma Internacional aqui no Rio.

T = Turismo: Uma linha operada com ônibus panorâmicos de 2 andares, que percorre os principais pontos turísticos da cidade, num roteiro de 3h de duração. Com a aquisição do bilhete de passagem (que custa R$ 45,00 – valor em Março/2020), permite vários reembarque usando o mesmo bilhete no período de 24 horas.

Nota: por conta da epidemia de Coronavirus no Brasil, a linha turismo foi suspensa desde o dia 20/03, sem previsão de retorno.


Para os ônibus metropolitanos, o conceito das pinturas é o mesmo, mas a forma como que os ônibus são numerados é diferente. Há empresas que numeram seus ônibus com 5 dígitos numéricos ou 4 númericos e uma letra (xx_yy).

A numeração das linhas municipais segue o mesmo conceito do nosso sistema (com 3 dígitos), porém, não há uma explicação em sites relacionados do assunto se há alguma separação por códigos. Já para as linhas metropolitanas, todas elas são numeradas com uma letra e 2 dígitos (_xx).

Na próxima reportagem da série, vamos falar dos problemas que Curitiba tem em semelhança com o Rio e que soluções de sucesso da cidade podem ser replicados por aqui.

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